segunda-feira, 27 de abril de 2015

O Kodokan

Em fevereiro de 1882, Shihan Jigoro Kano - aos 22 anos de idade - funda o Kodokan (Instituto onde se Aprende o Caminho) com apenas doze tatames e nove alunos (com idades entre 15 e 18 anos). Shihan Jigoro Kano albergou-se e ocupou-se deles como se fosse um pai. Foi um período difícil, mas apaixonante. O jovem professor não tinha dinheiro e o shiaijo media somente 20m², mas, apesar de todas as dificuldades, a escola progrediu e logo se tornou célebre.

Os mais temidos lutadores da época, impulsionados pela inveja, não se cansavam em desafiar os discípulos do Shihan Jigoro Kano. Houve muitos encontros memoráveis com o intuito de testar a eficácia do Judo Kodokan. Os alunos do Kodokan tinham fama de serem imbatíveis, por isso, eram insistentemente desafiados. Qualquer lutador que conseguisse alguma vitória sobre um dos alunos do Kodokan cresceria em fama e prestigio.

Mas foi só no final de 1886, após uma célebre competição contra várias escolas de Jujutsu organizada pela polícia no Campeonato Policial Bujutsu, que definitivamente ficou constatado o grande valor do Judo Kodokan (13 vitórias e 2 empates). Este resultado constituiu-se num marco decisivo na aceitação do Judo, com o reconhecimento do povo e do governo que passaram oficialmente a prestigiar o Judo Kodokan. Depois da célebre vitória de 1886, como ficou conhecida, o Judo Kodokan começou a progredir com passos confiantes. Em 1909 o governo japonês resolve tornar a Kodokan uma instituição pública, uma vez que a prática do Judo estava tendo ótima aceitação. Em 1934 o Kodokan já estava instalado em um edifício de três andares, ocupando uma área de 2000m², aproximadamente. Nessa época o Judo começava a ser introduzido em quase todas as nações civilizadas do mundo, todavia, no ocidente o termo Jujutsu ainda era empregado, embora o nome do Shihan Jigoro Kano fosse citado. Em março de 1958 é inaugurado o novo Instituto Kodokan num edifício especialmente construído para a organização e a administração do Judo, no Japão e no mundo, com um dojo de 500 tatames e seis outros menores, sendo três com 108 tatames e outros três com 54 tatames, que seriam utilizados para os mais diversos objetivos do ensino e do treinamento, com departamentos especiais para crianças, mulheres, estudantes, competidores de alto nível e estrangeiros, além de abrigar dependências para toda a parte de administração, alojamento e restaurante, totalizando 41 áreas específicas.

O Kodokan crescia em tamanho, em virtudes e no respeito da sociedade e para que assim continuasse, instituiu Shihan Jigoro Kano algumas normas que os alunos prometiam seguir e por elas empenhavam a sua palavra, além de assinar um termo que dizia:

No caso de ser admitido no Kodokan, prometo não ensinar ou divulgar os conhecimentos da arte que me será ministrada, salvo permissão das suas autoridades. Não executarei a arte publicamente para fins de lucro pessoal. Conduzir-me-ei de tal forma que nunca mancharei a honra e a tradição do Kodokan. Não abusarei, nem darei um uso indevido ao conhecimento do Judo”.

Após assinar o termo acima exposto, o pretendente a judoka deveria provar a seriedade de seus propósitos e a sua idoneidade moral. Tais normas perduram até hoje.

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